domingo, 5 de outubro de 2025

Alegrias alegres... posso enviá-las?

 Vendo sim. Tudo que possam imaginar! Tudo!
Tenho, vejam, até um pedido de alegrias alegres
Dessas alegrias tão difíceis... quase não existem
Mas com o pregoeiro dos sonhos não apostem

As alegrias alegres que vendo são risos de anjos
Desses que alegram os corações das crianças
Eles cavalgam estrelas cadentes até no infinito
Delas, trazem alegrias alegres feitas de esperança

Na verdade, tenho dúzias e dúzias para vender
Mas, imaginem, juntar todas elas e entregar!
As alegrias alegres são tão agitadas, inquietas
Sempre em qualquer rosto elas querem estar

Não existe papel que se possa embrulha-las
Elas veem num saco mágico feito de sonhos
Costurado com um laço lindo... cor de luar 
Cada uma com um brilho especial para seu olhar

Mas, como disse , entrega-las é muito difícil
Para que as receba é... preciso saber perdoar
É preciso abrir o coração, entregar-se... amar
E só posso entrega-las quando sua alma mandar

José João
05/10/2.025







sexta-feira, 3 de outubro de 2025

Eu! O caixeiro-viajante

 Olha o caixeiro-viajante!! Vendo o que imaginar,
Preços módicos, dê o preço do que quer comprar
O importante é a satisfação de vê-lo sorrir alegre
De ver um riso aberto e solto perfumando seu olhar

Temos estrelas, estrela da manhã, a estrela cadente
Essa é muito difícil de conseguir, tenho apenas duas
Tenho raios de luar costurados em poesias completas
Tenho lágrimas alegres, tristes, nas medidas certas

Tenho, para vender ou trocar, lágrimas, das especiais
Choradas por saudades nascidas de um mudo adeus
Tenho sonhos (poucos) que nem foram ainda sonhados
Esses a preços módicos, podem também serem trocados

Se lhes forem poucas as lágrimas que queiram chorar
Tenho mais que lágrimas, tenho transparentes prantos
Vindos diretos de uma fonte que nasceu no horizonte
Mas com esses vão também os gemidos como cantos

Tenho também pedaços de silêncio perdidos do eco
Ah! Sim! Ninguém compra mas eu tenho, solidão
As pessoas sempre a confundem com estar tão só
Não sentem que é a alma conversando com o coração

Tenho tudo que imaginarem, poesias que fazem chorar,
Dessas que fazem os olhos enganarem num sorrir fingido
Falar em fingido, tenho teus prantos ainda não chorados 
Esses, estão dentro de tua alma nos teus medos escondidos

Olha o caixeiro-viajante! Que vende alegrias tristes,
Que troca, nos versos, tua tristeza por uma rima
Dessas que até os anjos declamam por tanto sentir
E querer ver, na beleza de teu rosto, um belo sorrir

José João
03/10/2.025