quinta-feira, 1 de junho de 2017

Essa angustia da falta de mim.

Queria poder sorrir como tantos sorriem,
Mesmo que fosse um sorriso triste...
Desses que ninguém quer sorrir... me serviria.
Queria ter menos segredos escondidos...
Queria partilhar alegrias, cantar, brincar...
Fazer poesias com a primavera, pincelar nos versos
A beleza das flores, fazer do meu lápis um cinzel
E esculpir sorrisos, pássaros gorjeando trinados
Que só sei ouvir. Ah! Como gostaria!!
Gostaria de sentir a beleza do alvor do dia...
Declamar para o sol criança uma poesia alegre,
De sentir a brisa passar inocente entre as cercas,
Passear nos quintais, fazer dançar, suavemente,
As flores do pé de flamboyant! Mas lágrimas...
É só o que sei fazer, prantos que chegam,
Se fazem veredas em meu rosto por onde
a saudade, pálida, por também sentir a dor
Que sinto, passeia em passos lentos, carregada
Por um lágrima triste que insiste em não cair
Do rosto, pendura-se tenazmente na esperança
De que um sorriso lhe faça atirar-se sorrindo
Ao Tempo. Mas nada! Só mesmo essa angustia
Da falta de mim.

José João
01/06/2.017




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