Pobre sombra esvaecida de mim mesmo
A caminhar num vazio que se fez mundo
A ir sem saber onde, caminhando a esmo
Como se fosse estrada abismo tão profundo
Sou aquele a quem os olhos já não vêm mais
Aquele a quem chamam pobre alma perdida
Que faz de arrimo qualquer pedra de cais
Como se fosse o mar sonho que o leve a vida
Talvez seja este meu sonho mais verdadeiro
Esse que se sonha torpe em demente medo
Desses que se faz de hediondo pesadelo
Sou, talvez, alma que procura em desespero
O que um dia o tempo ou destino lhe tomou
E aos céus blasfema porque nunca encontrou
José João
26/06/2.017
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