Lá fora, a noite brinca de esconder fantasmas,
A chuva cai como se fosse prantos chorados,
Não se sabe por quem, talvez pelo tempo
Que, coitado, eterno, deve ter muitas dores
Para chorar, muitas histórias tristes pra contar.
No quarto, sozinho, sentindo meu próprio vazio,
Os fantasmas não precisam de portas nem janelas
Para entrar, apenas se fazem donos da noite
Ocupam todo o espaço, sufocam meus momentos,
Já mesmo quase todos perdidos num torpe esquecer.
A solidão, silencioso fantasma a fabricar silêncios,
A angustia,, a esgueirar-se sorrateira em volta de mim,
A tristeza, sentada comodamente no canto dos olhos,
Em louca frenesi fabrica lágrimas, muitas lágrimas,
Tantas que se atropelam, esperam um soluço apenas
Para explodirem, como em convulsão pelo rosto
Escrevendo nomes que não esqueço. Só a saudade,
Num comovente esperar, me traz um sorriso,
Num fingido sorrir, e me diz baixinho:
Não te aflijas, estou aqui para chorar contigo
José João
09/06/2.017
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