Não sei se ainda existem marcas no caminho
Que possam me fazer voltar. Não sei também
Se existem razões para meu coração bater mais forte,
Se assanhar com a alma e sonharem sonhos novos,
Não sei. Não sei se meus ais e suspiros mudaram o tom,
Se se fizeram cantos de esperança a me sorrir nos lábios.
Já nem sei se minha alma, a tanto a toa no marasmo do nada,
Se propõe a abri-se, a se entregar sem medo de dizer que ama,
Se minhas mãos ainda se fazem versos sobre um rosto,
A escreve-lo e descreve-lo em linhas de doces caricias
Dizendo suavemente: Eu te amo, no tremor livido da emoção
Que lhe faz suar como se fossem lágrimas que ela chora feliz.
Se meus olhos se traduzem em olhares cheios de luz
Gritando entre prantos de esperança um sentimento
Vivo, intenso, cheio da vontade de ser feliz, de ser pleno
Na confissão da alma silenciosa que nem acredita mais.
Não sei...não sei se ainda sei sonhar, se ainda sei entregar
Meus momentos sem medo de adeus ou saudade,
De dor ou solidão. Não sei...mas se não recomeçar...
A dor do arrependimento de não ter feito...
...Será bem maior.
José João
16/02/2.015
José João, tudo bem poeta?
ResponderExcluirFaz tempo que não nos visitamos né? Mas nunca esqueço de ti e de dar uma passada por aqui quando posso, mesmo quando não comento. Quero que saiba disso.
Esse negócio de recomeçar, recomeçar, recomeçar é uma pressão que a sociedade nos obriga fervorosamente.
E todos tem seu tempo para curar as cicatrizes, nem todo ferimento tem o mesmo tempo para ser curado.
Quem ainda tem dúvidas, quem ainda se sente inerte, tem mais é que viver plenamente esta dor e não se cobrar, não se pressionar. Muitas vezes um "recomeço" será sim, um fruto de arrependimento mais tarde.
Respeitar o tempo de cada um é muito mais importante do que recomeçar.
Beijos e bom feriado.