Não queria sonhar mais nada, e nem recordar momentos,
Gostaria que
estivessem bem além do tempo e de mim,
Além de todas as recordações que se possa viver ou sentir,
Que estivessem além até do próprio esquecimento.
Como queria que nada parecesse de ontem! Nada.
Que os costumes e hábitos se fizessem coisas perdidas
Que os sussurros, os
olhares inocentes e os maliciosos também
Se fizessem perdas sem deixar saudades, sem deixar nem
restos,
Esses que ficam como fragmentos, mas se fazem completos
Quando a solidão trazendo consigo a angustia instem em ficar
Lembrando que tudo foi verdadeiro, que existiram em verdades,
Em verdades vivas, no calor dos corpos, no gosto dos
lábios...
No prazer da alma. Os dias se farão meses, se farão
anos
Mas sempre a dor vai parecer dor de uma saudade de ontem.
Não queria mais sentir nada, nem vontade de lembrar,
Talvez se tudo se fizesse apenas vazio a alma chorasse menos,
Mas não. Tudo está
preenchido com lembranças, tristezas...
Até o vazio se encheu de solidão, os olhos de lágrimas,
A alma de cicatrizes...e a vida...essa se encheu de
incertezas
E alma se treme toda
por pensar que a dor de ontem
Cruelmente e por prazer se fará a dor de sempre.
José João
12/05/2.012
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