sexta-feira, 13 de julho de 2012
Não é de ontem essa dor
Não é de ontem a dor que sinto,
Nem de hoje a dor que amanhã eu vou sentir,
Não é saudade. Quem me dera fosse.
É uma dor que vem do tempo, desde quando?
Não sei dizer... talvez de sempre,
É como se minha alma desde muito
Vagasse solta no espaço a procura
Do que nem mesmo eu sei.
É uma dor que nem sei dizer
Talvez por ser maior que qualquer dor,
É como se o espaço se tomasse de angustia
E se entregasse todo e unicamente para mim
Como se sofrer fosse preciso, fosse viver,
Fosse gritar em silêncio o que não sei dizer.
Não é de ontem a dor que sinto agora
Que me toma forte, violenta e tanto
Que os tão poucos momentos que um dia vivi
São atropelados, deixados esquecidos,
Caídos moribundos no vazio que me toma,
Como se eles não precisassem existir.
Também não lamento essa dor de agora,
Tudo tem seu momento, seu tempo, sua hora
E se é de chorar que preciso. Vou chorar
Essa dor de tanto tempo, de quase sempre
Me ensina, na verdade o que é difícil aprender.
Aprendi a chorar sozinho e em silêncio
Para não constranger as lágrimas,
Que lentamente caem dos meus olhos,
Na vã tentativa de levar com elas...
A dor que sinto.
José João
13/07/2.012
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