Mergulho no tempo me procurando, me buscando
Em momentos que nem lembrava mais, perdidos
Em que até a saudade se fizeram prantos vencidos
As vezes me chegam acenos apagados na memória
Como fossem sombras de adeus que foram ditos
Detalhes que nem sei porque ainda são lembrados
Até parece que no tempo tenham sido costurados
As vezes me perco dentro das tardes silenciosas
Ouvindo o sol murmurando lá longe, no horizonte
Fazendo um caminho dourado sobre a água mansa
E a alma produzindo prantos como fosse uma fonte
Outras vezes no alvor do dia, quando a noite se vai
E uma sinfonia desencontrada de pássaros e brisa
Se juntam numa doce, bela e incoerente harmonia
Como se quisessem fazer da alma um poço de alegria
Mas que noite! A insônia se fazia uma poesia viva
Como fosse um parêntese cheio de todas as tristezas,
A solidão se fazia moldura de um quadro sem idade,
Antigo e, na tela, pintadas as mais doídas saudades.
José João
25/10/2.023
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