sábado, 1 de junho de 2019

...culpa da solidão.

As vezes a solidão é tão incoerente! Insiste
Em perguntar o que não se tem resposta...
E um silêncio fica dentro da gente, calando
O tempo, calando a alma, calando o pensamento,
Fazendo um olhar perdido se perder no nada, 
Como se nada mais tivesse para ser visto.
As palavras, que seriam tristes, como se fossem
Lágrimas faladas, se calam e, só sussurros,
Como se fosse a voz do vento, triste, reclamando
Das folhas que não querem leva-lo além, e ali,
Num sonolento bordejar ... sem pressa de ir,
Fica, assim com ficam as lembranças, os prantos
A saudade, a dor da perda, o vazio da ausência.
Aí, lentamente, como se tivesse medo de despertar
Um sono ou espantar um sonho... vem a poesia.
Vestida de palavras tristes, com versos molhados,
E rimas perdidas, sem  presunção de ser bela,
Quer apenas mostrar o que a alma sente...
Culpa da solidão, teimosa e incoerente!

José João
01/06/2.019



Um comentário:

  1. É verdade, meu querido amigo, a solidão é uma "Caixa de Pandora".
    Seu poema está um luxo. Amei!
    Beijos e boa semana.

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