sábado, 24 de janeiro de 2015

O tempo também é distância

Minha voz tropeça em reticentes palavras,
Um murmúrio corta sutilmente meu próprio silêncio,
Um devaneio me toma o sentido e te busca
Entre lembranças, pensamentos e sonhos.
Me entrego no vagar das horas, vou me buscar
Nos momentos que um dia vivemos e, de repente,
Sinto em meu rosto a doçura de uma carícia,
Me entrego todo, meu corpo treme,
A alma soletra teu nome, te chama em gritos,
Em sussurros, tropeça nos versos que cada letra
De teu nome compõe, mas depois, triste percebo:
As carícias em meu rosto... são lágrimas, 
São os olhos chorando tua dolorida ausência
Com um brilho triste de saudade, levando o olhar
A buscar no tempo, nos horizontes, até mesmo
Na minha vontade, a lembrança de teu rosto,
Um resto de teu perfume que tenha ficado
No tempo, mas o que vejo é esse mesmo tempo,
Lentamente, te afastando mais, te levando
Na distância num esvanecer tua imagem
Contra um horizonte que não existe.

José João
20/01/2.015

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