quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Ah! Se fosse apenas solidão!

Quem dera fosse apenas solidão
Essa dor que sinto, que me toma todo,
Me invade como se apenas eu lhe pudesse
Fazer viva e cheia desse mórbido prazer.
Quem dera fosse essa dor apenas de tristeza
Porque a saudade tomou conta de mim,
Se apossou comodamente da alma
E fez-se única habitante, fabricando lágrimas,
Me ocupando os olhos e povoando os sonhos
De lembranças mortas. Ah! Se tudo que sinto
Fosse dor de solidão...dor de saudade...
Ou até mesmo de tristeza! Se fosse, eu ainda
Diria: Amanhã vou ser feliz. Mas essa dor
É diferente, é cheia de tua ausência
Que em mim deixam profundos vazios
E me tomam todo em uma demência incoerente
Como se a razão fosse loucura. Não me permite
Que a existência se faça vida, me permite apenas estar, 
Como se fosse tão incoerente viver. Uma vontade
De chorar (até descabida....estou tão vazio)
Me aflige a alma cheia de solidão...de saudade...
De tristeza...e ainda tua ausência...
A transbordar-me a vida.

José João 
13/01;2.015

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