quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Uma estranha saudade

Madrugada, o silêncio parece engolir a noite,
Que fica parada, muda, sem pressa de passar,
Até as horas se arrastam em passos lentos,
Cansados, como se o vazio lhes fosse peso demais,
Esse vazio que a noite e o silêncio criam 
Onde só a solidão pode se fazer onipotente.
O silêncio é tão silêncio que se faz mórbido,
Pesado, como se alguma coisa de repente pudesse
Acontecer. Tudo pára, até a vontade de pensar.
Uma réstia de luz, que timidamente entra pela fresta
Da janela, como se estivesse com medo lá de fora,
Se deita no chão e se deixa ficar, inerte, demente,
Como se não soubesse onde está. Fito o vazio
Escuro da noite, o pedaço de luz no chão caído,
Sinto uma vontade estranha e descabida de chorar 
Como se alguma coisa muito perto, ou dentro de mim
Gritasse em desespero que sentisse saudade...
E senti...mas de quem ou de que...eu não sei...
Apenas senti.

José João
18/12/2.014






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