O tempo continuará passando, como sempre faz,
Os dias seguirão... um após outro, como sempre fazem,
E em mim, vão deixando suas marcas, que talvez
Nem sejam marcas, sejam apenas caricias para aliviar
A dor do tempo, que também nem sei se é dor.
E um dia, meus cabelos brancos e ralos se farão
Pequenas lembranças de mim. Os ombros curvos...
Voz reticente, passos curtos, incertos pelo peso
Dos anos e da fragilidade de um corpo cansado,
Mãos trêmulas, nervosas, na inquietude demente
Do esforço de gritar, com um lápis que, teimoso,
Me cairá das mãos...como se o peso das palavras
Fosse tanto quanto o peso dos anos, ou das
Tantas histórias vividas, ou de uma saudade
Que nunca passou e se fez eterna história
Dentro de mim. E o rosto! Fatigado, triste,
Quase já sem expressão, cheio de novas rugas,
Por onde ainda as lágrimas brincarão de fazer
Caminhos, vindas dos olhos, que quase não
Enxergam mais...mas ainda sonham e vêm,
Pelo tempo desbotada, a imagem de um rosto
Que nunca foi esquecido. E a voz muda pelo silêncio
Do não poder falar, deixará que minha alma grite:
Ainda te amo.
José João
09/12/2.014
Um belo poema.
ResponderExcluirXero ;))