segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Demência

Nos olhos um angustiante grito de dor corria ao longe,
No caminho seco da angustia, onde as lágrimas caídas,
Eram sugadas pelo vazio árido de uma solidão sem tamanho,
Não adiantava plantar novos sonhos em mente tão infértil,
Afinal ,os sonhos antigos enraizaram de tal maneira na alma
Que não sobrou espaço pra sementes novas de sonhos verdes.
Lá longe, muito distante, onde haveria de ter um horizonte
Só o vazio amargo, o gosto do nada, e a incerteza do ir,
Do perder-se sobre os próprios passos desencontrados
A caminhar por sobre um chão sem rastros, sem sombras,
Cheio das sobras dos momentos que se perderam...
E perdidos, até a saudade se fazia ausente para a alma chorar 
Um pranto completo, e assim, chorava só mesmo por tristeza
Como se o passado não tivesse acontecido, existido...
Nada, nada levava a lugar nenhum, a solidão era tão densa
Que o ar se fazia cativo, o tempo parado se fazia inexistir
Como se todos os dias se fizessem apenas um, e esse...
Se fizesse sempre. Um desespero incontido saltava
Do peito como o pulsar de um coração incoerente que grita,
No silêncio tão peculiar dos sofredores, uma oração,
De um nome só, sussurrada para apenas o tempo ouvir.


José João
16/09/2.014




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