quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Agora posso amar sem medo.

Tantas já foram as noites em que, sozinho, chorava
Minhas dores. Noites frias, cheias do vazio dolorido
Que deixa a alma caída em silêncio, sussurrando orações
Perdidas, paridas pelo desespero da angustia.
Quantas noites contando lágrimas como fossem estrelas
Caindo dos meus olhos buscando abrigo, como se pudessem
Se esconder da dor que as faziam derramar-se aos prantos!
Hoje, talvez por milagre das orações  rezadas, minhas noites
Já não são pedaços solitários de minha vida, de minha alma,
Hoje tenho companhia, falo sem medo de não ser ouvido,
Passamos a noite em três. Eu, a tristeza e a solidão...
Como são pacientes! Como são amigas! E como aprendi!
Aprendi que ninguém entende mais de adeus que a tristeza,
E ninguém entende mais de ausência que a solidão...
E elas...as duas, se dizem pacientes e carinhosas comigo 
Porque sei entende-las e senti-las sem medo de chorar,
- Dizem - A tristeza se propõe a me fazer companhia
A cada adeus que venha a ouvir. A solidão, por sua vez,
Me diz que estará comigo a cada ausência que vir.
Assim posso amar sem medo, em cada adeus
Ou em cada ausência vou ter companhia para chorar,


José João
10/09/2.014





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