Nunca estive só. Nem nos momento em que um adeus
Era dito, com palavras, com os olhos ou apenas com o silêncio,
Qualquer que fosse o adeus, cheio de ausência (todo adeus...
é repleto de ausência), mais ainda assim nunca estive só.
Nas noites, quando o vazio era maior que as lembranças,
Quando os sonhos ficavam perdidos dentro do esquecimento
E não chegavam, ou se perdiam dentro da noite e, como fantasmas,
Perambulavam no pensamento em uma mente demente,
Cheia de medos e apenas os olhos falavam, sorriam tristes,
Sem servir para ver, sem querer olhar, se faziam fontes
Derramando lágrimas e me chamando para gritar
Meu próprio nome, em uma louca tentativa de me fazer vivo,
Ainda assim, nunca estive só. Quantas vezes me perguntei,
Quem está aí...dentro de mim? E ouvia uma resposta
Em silencioso sussurrar, como se não quisesse se fazer ouvir.
Um silêncio longo, como se fosse o tempo meditando,
Como se estivesse pensando o que dizer, talvez por temor
De machucar minha alma tão carente, cheia de angustias,
Mas timidamente a voz dizia, entre sussurros e reticências...
Sou eu. - Eu quem? - Perguntava sem precisar falar,
Eu...tua ... solidão.
José João
11/09/2.014
Perfeito, lindo demais!
ResponderExcluirE eu vejo a solidão como uma companheira sábia, silenciosa e muito compreensiva.