Meus pensamentos voam ao longe, cabisbaixos e tristes,
Buscam horizontes distantes, talvez até já perdidos
Nos ontens tristonhos que me ficaram como sabor
Da angustia, da lancinante dor que me corta a alma
Em pedaços, cada um com uma dor diferente,
Deixando-a deitada no nada ruminando a sorte vilã.
As lágrimas caem efusivas, as vezes, outras, gota-a-gota
Como se fosse essa tanta dor transformando lentamente
Meu próprio sangue em pranto, como se apenas lágrimas
Não bastassem pra chorar todas as amarguras que agora
Me vestem e se fazem vivas, cheias de dolorida saudade
Que me cobre todo fazendo que eu seja o resto de mim.
As palavras se atropelam na garganta e morrem sufocadas
Nos soluços apressados que querem se fazer voz
E gritar a dor que a alma, quase desmaiada, chora baixinho,
Como se balbuciasse orações que só ela pode ouvir.
Os prantos, levados pelo olhar de desesperada angustia,
Correm sem rumo no espaço, por não saberem
O caminho do céu, que se perdeu quando um adeus,
Mais doloroso que qualquer adeus, se fez vida
E como parte da alma, nela ficou para sempre.
José João
06/04/2.014
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