Ah! vida! Barco de velas rotas rodopiando em mar bravio,
Sem rastros para seguir, nem porto para chegar.
Entre tempestades e calmarias se faz ao largo e... vai,
Lento, cavalgando ondas que não o levam a lugar nenhum.
Lastro a romper-se gemendo triste em sutis soluços,
E o vento, cantando saudades, balança os trapos de vela
Que um dia fez o barco navegar, veloz, buscando um cais,
Que agora some, entre brumas cinzas que se fazem rotas
Em rumos mortos onde ninguém pode chegar jamais .
Ah! Vida! Barco sem leme, flutuando ao tempo,
Em perdidas rotas porque as estrelas não brilham mais
Se esconderam em tempestades frias na noite escura
Em véu espesso, densa névoa, que ao mundo cobre
Como se nada mais fosse preciso ver ou acontecer.
Lá distante, na tênue linha entre céu e mar, um horizonte
Se desenha em cores na manhã que nasce em alvorecer,
Mas embora o dia se abra em cores e se faça fácil seguir,
Por tantas dores fico parado no meio do tempo
E como demente, por tantos medos, me nego a ir.
José João
20/10/2.013
As vezes a vida fica assim, um barco fantasma a deriva num mar revolto.... Mas passa poeta. Bjus
ResponderExcluir