quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Um exílio entre a multidão

Não sei se um dia um coração sofregamente pulsou por mim,
Se uma alma,  num devaneio, perdida, comigo sonhou.
Se n'alguma noite, olhos tristes buscaram minha imagem
Entre lágrimas de saudade por falta de mim. Não sei.
Não sei se um dia alguém sentiu aquela vontade de mim,
Vontade ardente, aquele desejo entre loucura e ternura,
Aquela saudade carinhosa que faz a lágrima sorrir alegre,
Marejar os olhos num brilho virgem de um amor inocente,
Não sei. Talvez tenha nascido para apenas viver, isso, viver.
Quem sabe os doces instantes dados aos apaixonados amantes
A mim, tenham sido nesgados,  proibidos, por pecados paridos
Em passados vividos onde apenas o amor me tomou os sentidos,
E me fez amar  ser mais que pecar, me fez ser até blasfemar,
Me fez inventar orações, e só o nome dela eu sabia rezar
Ah! Que amor louco! Ela distante, mesmo assim, bem perto
Dos meus olhos pedintes, de um coração gritando a esmo
Um grito demente, sem melodia, apenas um grito carente.
Ah! Como amei! Meu Deus, como eu amei!  Hoje fico calado
E mesmo vivendo no mesmo mundo de todos me sinto um exilado


José João
09/10/2.013






Um comentário:

  1. Bom dia, querido João!

    Que texto/dor!

    Nossa! Claro que amou e foi "amado".

    Olhe, e como se diz em Portugal, por morrer uma andorinha NÃO acaba a Primavera, viu?

    Não quero ver/sentir você assim.

    Olhando sua foto de perfil, você era e é ainda, um "gato". Vamos lá seguir "caminho".

    Um dia com luz.

    Beijos.

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