Ah! É primavera! As flores se debruçam sobre o mundo,
Brincam com a brisa que lhes caricia as pétalas perfumadas,
Até o tempo se contagia com o perfume delas, enebriantes.
Os pássaros pulam de galho em galho, cantam alegres,
Confessam seus amores em melodiosos trinados
Cheios de notas desconhecidas mas de divinal harmonia.
Os beija-flores, irrequietos, se perdem entre as tantas flores.
As Amarílis e os Lírios se abraçam como se fossem amantes,
Se olham ternamente, trocam o doce perfume das pétalas,
A beleza austera dos Antúrios se tornam ternas carícias,
A fazem declarações para as Zínias que se enrubescem
Como se fora suas faces a corarem pela inocente timidez,
É primavera, Os Miosótis crescem em lindos buquês
Talvez querendo impressionar a impassível Cerejeira,
Que, sem folhas, mostra toda sua exuberante elegância
Nos caules coloridos cheios de flores e pequenos botões
- ele diz ser a mais bela flor do mundo -
E a finíssima, terna, doce e delicada Chuva de prata
Na sua postura séria e aristocrática fazendo do Cravo
Um pobre contemplativo e sonhador amante!
É primavera, todas as flores em pétalas de gala,
Até o Ipê, lá em cima, na serra, todo vestido de amarelo
Dançando ao vento para impressionar a laranjeira,
Toda florida - como se fosse uma noiva - olhando de soslaio
Como se não estivesse interessada, mas louca de vontade...
É primavera, dizem que tudo fica lindo, mas eu... eu
Não vejo nenhuma beleza... estou triste...estou chorando
José João
28/10/2.013
Ah poeta, porque terminaste com lágrima um poema tão belo? Sei, ficou enciumado, com sua capacidade de escrever algo tão maravilhoso e pôs lágrima no final... mas não tem importância, suas lágrimas deixaram ternas essa sua primavera, porque são lágrimas de amor. Bjusssss
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