sábado, 8 de junho de 2013

Nascem flores entre pedras, mas...

Nasceram flores entre as pedras. Frágeis, descoradas,
Assim como lágrimas tristes que insistem em brilhar nos olhos,
Se deitam no rosto mas não escorrem para deixar rastros,
Mesmo como flores que nascem entre pedras, 
Quase sem perfume, quase sem beleza, quase sem cor,
Assim como fosse um amor querendo nascer entre angustias
De dores paridas por saudades que se fizeram para sempre.
Como um sorriso querendo nascer em lábios que balbuciam
Orações que se criam na alma carente e vão ao vento
Enganadas, pensando que um dia chegarão no céu.
Nasceram flores entre as pedras. Frágeis, descoradas,
Raízes expostas, atrofiadas, quase soltas, quase moribundas
Tremulas, pálidas, pelo tanto  medo de qualquer ventania.
Assim como sonhos que se fizeram pequeno fragmentos
De um passado que não permite se sonhar sonhos novos,
E estes, por medo de serem levados ao tempo, ao léu
Se deixam ficar guardados, escondidos dentro do nada,
Assim como se fosse uma saudade que não se quer sentir,
Mas que insiste em ficar, dizendo que é  melhor senti-la
Por que dela a dor já se conhece, mas uma outra poderia...
Nem ser saudade...ser mesmo apenas dor.


José João
08/06/2.010

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