Estou só, num batel perdido em furiosa tempestade,
Frágil lastro, velas rotas, trapos pendurados num mastro
Sem amarras, a balançar-se sob o peso do vento.
Sou naufrago a ir a deriva, sem rumo, sem porto pra chegar,
A tempestade escondeu as estrelas e sem elas, traçar rotas,
É perder-se mais e mais num oceano de águas desconhecidas,
- Quem sabe até onde a solidão pode levar? -
O vento inclemente fustiga o rosto, o frio lhe rasga a carne,
Mas a dor da alma lhe rompe em pedaços perdidos, soltos,
E a voraz solidão, por maldade e risonha por ironia
Se faz dona, se faz viva, se faz mar, se faz rota sem rumo.
Lá distante, num horizonte que não se pode mais sonhar,
Nele estão todas as esperanças que um dia existiram,
Mas agora nem lembranças podem ser, o vento mudou,
Virou a correnteza e o horizonte se perdeu entre as lágrimas.
As ondas se contorcem em espasmos tão violentos!
E um rugido rouco se faz ouvir na fúria do mar revolto
Como se fosse a vida gritando que para viver...
Não é preciso ser feliz, basta apenas...viver
José João
23/04/2.013
profundo e triste...um poema que reflete a dor de uma saudade. Um abraço!
ResponderExcluirObrigado, Bia. Um poema para dizer das coisas da vida.
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