Quero gritar, todos os gritos profanos que aprendi,
Quero correr entre saudades, dores, adeus e ausências.
Hoje quero chorar, fazer de minhas lágrimas uma chuva,
Que caia, que encharque o chão, que se faça rio e vá
Entre as pedras pontiagudas e cortantes como se fazem
A solidão e angustia para uma alma que chora sua dor.
Hoje não é permitido sorrir, nem ter esperanças olhando o céu,
Não é permitido cantar, nem fazer versos, nem poesias,
O dia, hoje, se abriu bom para lágrimas, para prantos e saudades,
Para todas as dores que andam por aí procurando corações
Que se fazem carentes como a carência da chuva nos desertos.
Vou andar por aí, por estradas perdidas, sem margens, sem chão.
Buscar rastros perdidos pelas ilusões que se perderam no nada,
Tentar ouvir pelo menos o eco das palavras que um dia ouvi
Como se fossem canção, ainda devem estar em algum lugar do tempo
Talvez até as encontre nos pedaços de mim que se fizeram restos
De sonhos que até ontem sonhei. Sim eram sonhos de ontem
Que a noite, sem a menor cerimônia, me deixou acordado...
E os levou. Foram por caminhos perdidos entre nuvens,
Para não deixarem rastros, nem sombras, nem perfume,
Sim. Alguns sonhos são perfumados, sim. Não como as flores
Mas com o cheiro do céu que nunca ninguém sentiu,
Mas tem até gosto... o gosto dos anjos. Quem já amou...
Sabe o perfume e o gosto dos sonhos
José João
18/04/2.013
Boa noite! Belo texto! Manejas muito bem as palavras...
ResponderExcluirBeijos! Fernanda Oliveira
Simplesmente SEN-SA-CI-O-NAL!!!
ResponderExcluirAmei muito! Parabéns!
Audrey