domingo, 10 de fevereiro de 2013

Confidências

Não posso dizer que as lágrimas que chorei
Foram todas de saudade pelos tantos adeus ouvidos.
Nem posso dizer que todas foram de dor pelas perdas,
Ou pela solidão sentida nas noites, em que sozinho,
Ouvia minha própria voz entrecortada pelos soluços,
Tentando chamar um nome que não soube esquecer.
Não vou dizer que todos os meus prantos
Foram chorados por carências ou por sonhos perdidos
Feitos, agora, de fragmentos levados pelo tempo
Deixando como rastros o perfume que sempre ficou.
Minhas lágrimas! Não vou dizer que foram choradas
Pela falta dos carinhos que nunca dei, nem recebi, 
Pela falta da ternura de um olhar que me dissesse: Te amo.
Também não posso dizer que chorei pelas dores
Que minha alma, de mim escondida, chorava nas noites
Me deixando acordado, usando meus olhos cansados,
Pelo prazer de chorar... algumas vezes nem sei o por quê.
Não posso dizer que angustia e medos me fizeram chorar,
Me levaram às lágrimas e prantos que não sabia explicar.
Sei que chorei, e muito, mas não por esses tantos motivos
Que tão pouco seriam, jamais me fariam chorar tanto assim
Mas todo esse pranto, essas lágrimas que até minha alma
Gritava em mudo silêncio por pena de mim...tudo isso
É, e não minto, agora posso falar, gritar, posso dizer.
Tudo isso é...só essa  falta de você.


José João
10/02/2.013

3 comentários:

  1. Quando amamos sentimos falta, choramos e sofremos pela ausência da pessoa amada, não mesmo poeta?!
    Bjus

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  2. MEU QUERIDO !!!!
    LINDAMENTE ESCREVESTES ESSE POEMA ...E TÃO LINDAMENTE ACABEI DE LER...
    BJS CARNAVALESCOS !!!!!

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  3. A falta, essa ausência que nada supre só tem um nome: Ela dona do amor!
    Parabéns pela linda e sensível poesia!
    Beijos!

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