quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Versos molhados
Minha poesia se deitou no frio da madrugada
E se deixou ficar. Molhando os versos com o orvalho,
Lágrimas da noite, que comigo chorava,
Meu pranto, com o orvalho, se misturava e ficava
Com o perfume da noite e a beleza do silêncio,
Se ouvia até a dor dentro do peito sussurrando
Que queria mais saudade para se fazer maior.
E a poesia se fazia verso a verso por cada lágrima
Que a solidão silenciosamente fazia a alma chorar.
As palavras, todas também molhadas, se faziam
Pedaços de sonhos ou histórias esquecidas, perdidas
Sem se saber de que adeus era aquela dor...
Foram tantos adeus, que as dores se confundiam,
Mas já não importava mais, qualquer adeus
Podia ser chorado por qualquer pranto, tanto fazia
A dor era sempre a mesma.
A tristeza também se fazia de apenas uma,
E até se confundia, muitas vezes me surpreendi
Chamando a tristeza de viver, como se a vida
Fosse os momentos que a noite permitia sentir
Com todo aquela preguiça de passar...
Aquela vontade de ficar...e na minha alma
Toda aquela vontade de...chorar.
José João
17/10/2.012
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