Via o nascer do sol, logo na beleza do alvor do dia,
As flores, num despertar sereno, se espreguiçavam,
Lhes balançava o caule, aquela brisa marota, vadia
O orvalho lhes lustrava as pétalas, doces caricias,
As borboletas coloridas lhes beijavam docemente
Se perdiam entre as tantas flores que se lustravam
Fazendo que o próprio tempo se fizesse carente
Eu, louco para escrever uma poesia com os olhos
Que não precisasse de palavras para ser entendida
Que apenas com os olhos escrevesse, só e mais nada
Para isso, fingia lágrimas, mentiras e até verdade
E não conseguia escrever uma poesia com os olhos
Até que um dia, aprendi, tamanha foi uma saudade
José João
03/11/2.024