domingo, 3 de novembro de 2024

Escrever poesia com os olhos... sinta uma saudade.

 Sempre quis escrever uma poesia com os olhos,
Via o nascer do sol, logo na beleza do alvor do dia,
As flores, num despertar sereno, se espreguiçavam,
Lhes balançava o caule, aquela brisa marota, vadia

O orvalho lhes lustrava as pétalas, doces caricias,
As borboletas coloridas lhes beijavam docemente
Se perdiam entre as tantas flores que se lustravam
Fazendo que o próprio tempo se fizesse carente

Eu, louco para escrever uma poesia com os olhos
Que não precisasse de palavras para ser entendida
Que apenas com os olhos escrevesse, só e mais nada

Para isso, fingia lágrimas, mentiras e até verdade
E não conseguia escrever uma poesia com os olhos
Até que um dia, aprendi, tamanha foi uma saudade

José João
03/11/2.024

São loucas... essas poesias!

 Hoje as poesias ficaram por aí fazendo festa
Corriam entre os jardins desde o alvor do dia,
Passavam pelas horas num brincar com o tempo,
Provocam passarinhos a fazer dueto com o vento

Estavam impossíveis hoje, num frenético buscar,
Entravam no pensamento, como se fossem elas
A escrever, vinham e não deixavam nem pensar
Ao poeta, verdade, não restava nenhum querer

Voavam nas asas das borboletas, buscavam rimas
Queriam ter o frescor, a cor e o perfume dos lírios
Até juravam que dálias e papoulas eram suas primas

Imaginem... queriam até imitar o canto do rouxinol!!
Foi aí que me olharam, me olharam bem nos olhos,
Pediram: escreve uma de nós com um lápis feito de sol.
(essas poesias são loucas!!)

José João
03/11/2.024





Há pranto mais belo que o da saudade?

 Há pranto mais bonito que o chorado pela saudade?
Até parecem lágrimas risonhas contando histórias
Das belezas vividas e que nunca serão esquecidas
Ficarão dentro da alma, relíquias da própria vida

Há sentimento mais terno que sentir uma saudade?
Que eterniza os sonhos, faz deles verdades eternas
Faz que se viva no agora o que há tanto foi vivido
E mesmo, depois de tanto tempo, ainda faz sentido

As lembranças ficam todas costuradas num só sentir
Cerzidas dentro da alma com o tempo que se cala,
Perdido, como se o que passou ainda estivesse ali

Assim é a saudade, dona do mais belo e terno pranto
Desenha em cada rosto momentos nunca esquecidos
E os imprime  na alma, como verdades e encantos

José João
03/11/2.024