segunda-feira, 17 de outubro de 2022

O sabor salgado do pranto...

Ontem, noite enluarada, sentados  na beira do tempo,
A solidão e eu conversamos coisas que só eu sabia
Ela perguntou sobre saudades, histórias acontecidas,
Sobre lágrimas, as vezes calava, minha voz emudecia

Na noite, a solidão parece que grita dentro da gente,
Provoca prantos... prantos que  nem se queria chorar,
Traz coisas descabidas que nem cabem no momento
Como instantes alegres que agora se fazem tormentos

As vezes as lágrimas vêm tão devagar, tão lentamente
Que parecem horas a sair dos olhos e chegar aos lábios
Como se quisessem calcar no rosto a dor que se sente.

A dor fica com gosto de dor no sabor salgado do pranto
Mas se era para consolar... porque o pranto não é doce?
Aí enganaria a dor e seria, talvez, menor o desencanto

José João
17/10/2.022

2 comentários:

  1. Soneto lindíssimo, deslumbrante, fascinante de ler. Gostei muito.
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    Uma semana feliz … Cumprimentos poéticos.
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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  2. Que poema tão belo!! Adorei.
    Obrigada pela partilha!!
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    Existem pensamentos entrelaçados
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    Beijos e uma excelente semana!

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