Ela nunca tinha tempo, sempre apressada...
Sempre sem tempo. Se convidavam: vamos a praia...
Ô colega, desculpa mas não tenho tempo - dizia ela -
Era sempre assim. Pela manhã ...trabalho, à tarde...
Faculdade, à noite...cursos, fins de semana...estudar.
Viver...ah! Isso é outra história, o futuro é muito tempo,
Sempre dizia quando questionavam tantos afazeres.
Acho que ela nunca viu um pôr-do-sol, aqueles
Que fazem a gente sonhar sonhos coloridos...
Que fazem nossos pensamentos voarem ao tempo
Em busca da beleza que nossa vida precisa tanto.
Será que ela já brincou de malmequer sentada
Em um banco de jardim vivendo a criança,
Que ela nem sabe mais se ainda está dentro dela?
Sentar na areia e ver a noite...as estrelas cadentes,
Brincar de criança, fazer pedidos inocentes.
................ ............... ...............
O tempo foi passando, como sempre passa,
E a menina sem tempo, olhou para trás,
Viu diplomas, títulos, certificados, mas todos calados,
Não diziam nada, não lhe afagavam os cabelos,
Não lhe botavam no colo, não lhes davam um sorriso.
Um dia se disse: Tantas coisas que pude fazer...
E não quis... Deus o que foi que eu fiz?
José João
06/10/2.022
Um poema extenso, maravilhoso. Obrigada pela partilha!
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Se escrevesse o que sente a minha alma
Beijo, e uma boa noite!