Quantas cicatrizes não saradas me machucam a alma?
Como meu olhar se perde em horizontes tão distantes!
Como meus olhos vazios e tristes contam minha história
Em risos sem alegria, pela angustia de dor tão constante!
Não posso esquecer o que nunca foi embora, está aqui
Na saudade que sempre chega quando o pranto chama
Nas palavras que foram ditas com gosto de lágrimas,
Enquanto a alma, em ladainha, sua tanta dor reclama
Parece que o tempo parou como se fizesse meu algoz
Deixando recentes, como de ontem, todas as dores
E mandou o silêncio, como cumplice, me tomar a voz
Assim, sem palavras, e o som travado na garganta
Um sorriso mais triste que qualquer outra tristeza
Implora que os olhos chorem a dor que a alma canta.
José João
09/10/2.022
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