segunda-feira, 15 de outubro de 2018

Um desesperado grito da alma.

Deixa-me, grita minha alma em desespero
Para a tristeza, fria, cheia de poteagudas
Farpas de dor, de arestas afiadas de solidão
Que brincavam de fazer cicatrizes novas,
Doloridas, pelo prazer de apenas causar dor.
As lágrimas correm avulsas no rosto pálido
Que se entrega ao desespero de contocer-se
Para que fingidos sorrisos o enfeitem, mintam
Que a dor não está doendo. A vontade de chorar
Se faz tão forte que um convulsivo tremor
Faz que os soluços se despedaçem no tempo
Como fragmentos de gritos presos na garganta
Porque é tanta dor que até o chorar se faz pouco,
Tão pouco que o pranto, como gritos da alma,
Se alvoroçam em ser mais, mas coitados...
Não passam de pequenas gotas de lágrimas
A gotejarem quase lentamente como se a dor
Lhes tivesse causado, como fez na alma,
Um desmaio cheio de dolorida angustia.

José João
15/10/2.018

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