Chove lá fora, a chuva parece
cantar um choro triste,
O vento se desmancha em lamentos, voando solto
Sem nenhum lugar pra ficar,
perdido, feito andarilho
Que não sabe em que horizonte
chegar.
Nas portas e janelas a saudade
pede para entrar,
Dizendo trazer histórias que não
posso esquecer,
Mas a casa está cheia, não tem
mais lugar,
A solidão se fez dona dela,
trouxe a tristeza,
A angustia, até a desilusão, que
quase nunca chega,
Está comodamente sentada na
soleira,
Sem permitir nem a entrada da
esperança, que lá fora,
Aos gritos, diz que minha alma
precisa muito dela.
Uma ausência densa, cheia de
martírio e muitos ais,
Desses ais doloridos que a alma,
pela dor da perda,
Grita desesperada em lágrimas,
prantos e blasfêmias,
Acorda o silêncio que, preguiçoso,
dormia entre as horas,
E estas para não acorda-lo se arrastavam lentamente,
Vagarosamente como se não fosse
preciso passar
Para chegar um outro amanhã...que
talvez nem precisasse vir,
Porque essa dor, parece não
ser de ontens nem de
amanhãs,
É a dor de sempre, dessas que se
orgulha de ser eterna
José João
02/04/2.015
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