quinta-feira, 2 de abril de 2015

O vazio que tua ausência faz

Chove lá fora, a chuva parece cantar um choro triste,
O vento  se desmancha em lamentos, voando solto
Sem nenhum lugar pra ficar, perdido, feito andarilho
Que não sabe em que horizonte chegar.
Nas portas e janelas a saudade pede para entrar,
Dizendo trazer histórias que não posso esquecer,
Mas a casa está cheia, não tem mais lugar,
A solidão se fez dona dela, trouxe a tristeza,
A angustia, até a desilusão, que quase nunca chega,
Está comodamente sentada na soleira,
Sem permitir nem a entrada da esperança, que lá fora,
Aos gritos, diz que minha alma precisa muito dela.
Uma ausência densa, cheia de martírio e muitos ais,
Desses ais doloridos que a alma, pela dor da perda,
Grita desesperada em lágrimas, prantos e blasfêmias,
Acorda o silêncio que, preguiçoso, dormia entre as horas,
E estas para não acorda-lo  se arrastavam lentamente,
Vagarosamente como se não fosse preciso passar
Para chegar um outro amanhã...que talvez nem precisasse vir,
Porque essa dor, parece não ser  de ontens nem  de  amanhãs,
É a dor de sempre, dessas que se orgulha de ser eterna


José João
02/04/2.015



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