quarta-feira, 18 de abril de 2012

A valsa da flores


Do vento, a voz, me cantando hinos que não conheço
E até caricias me faz o vento nem sei se mereço tanto
E diz o vento que é tanta a solidão que vê em mim
Que por solidário, prepara a voz e me canta um canto

Nas árvores as folhas como mãos erguidas a mim acenam
Balançam como um convite para com elas eu ir dançar
Mas como? É outro canto o que o mundo me permite ouvir
É um canto tão diferente que uma só nota me faz chorar

Insistem as folhas, as flores num inocente valsar alegre
E o vento como maestro de si mesmo tira alegres cantos
Mas dançar com eles quem insiste são os meus prantos

Lágrimas que em orgia de festa infinda me tomam o brilho
Dos olhos que ainda ontem como estrelas brilhavam tanto
Hoje, da voz do vento, se  fazem apenas rouco estribilho

José João







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