sexta-feira, 27 de abril de 2012

Meu pensamento criança

Meu pensamento virou criança, sim criança
Aquela que corre de calção pulando entre pedras,
Molhando os pés nas poças da água da chuva,
Que brinca de empinar pipa pensando leva-la ao céu.
Aquela  criança que sobe nas mangueiras,
Que pula entre as cercas sem nada pra fazer.
Aquela criança que se senta na relva, no chão
Preocupado se vai jogar bola ou brincar de pião.
Aquela criança que vai descalço nos  jardins
Procurando um mal-me-quer pra ver ansioso
Se a menina mais bonita da vila lhe quer.
Meu pensamento virou criança, essa criança
Que sai escondido pra tomar banho de chuva,
Essa criança que provoca o cachorro bravo
Depois corre e sobe na cerca morrendo de rir.
Ah! Esse meu pensamento. Que criança ficou!!
Criança traquinas que puxa a trança da menina
Que corre sorrindo, por que nunca chorou.
Que criança é esse meu pensamento agora!
Corre nas ruas, veredas, pula cercas de quintais,
Brinca de bola, de roda, de bandido e mocinho
Brinca de pega-pega se escondendo nos bambuais
A criança que pega os sapos, mostrando pra mocinha
Quão corajoso ele é. Esse meu pensamento!
Que de repente virou criança, que pega minhocas
E vai com o anzol no rio pescar.
Pular lá pedra de ponta cabeça sem medo de errar,
Mergulhar entre os mururus sem precisar respirar.
Aquela criança de sorriso maroto, de olhar irrequieto,
Que corre, pula e vai sem se importar e pra que
Não precisa saber se o amanhã está longe ou perto
Ah! Esse meu pensamento virou criança!
E se foi no tempo pra brincar outra vez e me deixou
Sim, me deixou aqui sozinho, sem nada, esperando
Acho que quando ele voltar vai voltar chorando
Coitado do meu pensamento! Ainda não se acostumou
Em viver agora esse outro momento.
Em que as cicatrizes da vida não sararam com o tempo.


José João














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