Assim como louca no espaço perdida,
Como folha que o vento não deixa cair
Vai minha alma em sofridos prantos
Procurando por sonhos há muito perdi
Qual sombra apagada em noite escura
Escondida que está em sua amargura
Na lua de uma estrela a coitada procura
Um pouco de luz que lhe negue a loucura
Em voz reticente de mais pranto que canto
Sussurra um soneto que ainda não esqueceu
Murmura alguns versos mas no último grita
Deus, me responde? Que alma sou eu?
Pra rezar abre os braços, esqueceu a oração
Desespero incontido, se agita, se perde aflita
Na dor que lhe impõe a cruel solidão
Então cabisbaixa, olhos perdidos e deita no chão
Não importa que o tempo lhe pise, sem compaixão
Nem que a vida lhe tenha tomado qualquer ilusão
Ou que a sorte lhe vire as costas ao que há de vir
O que importa... Ficou guardado no seu coração.
José João
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