quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011
A perda
Tristes sonhos que em mim fizeram
Covardes medos da aurora aberta
Em que a busca talvez perdida
Me torne a vida quiçá deserta
Fulgores lívidos na alma pálida
Que perde a cor como seda ao sol
Que deixa triste um alegre canto
Que mata as flores do arrebol
Minha alma chora como chora o vento
Ao ver a flor no chão pendida
Que em sussurros chora em silêncio
Por que agora sabe que lhe vai a vida
Por entre os sonhos a verdade foge
E eu, covarde, me entrego ao pranto
Minha voz se cala em meu desespero
E faz que à vida eu não tenha zelo
E assim me perco do que encontrei
Após tantas vidas em que busquei,
Tão perto estive que o perfume doce
Me tomou as lágrimas que já chorei.
José João
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