sábado, 26 de fevereiro de 2011

Despertar





Calcar na face duras lágrimas
Que sangrem o rosto, que firam a alma
Como ponteagudas arestas de pedras
Atiradas ao tempo como se fossem
Fagulhas de raiva ou desespero incontido.
Atirar ao mundo injúrias profanas
Que loucuras seriam não fosse a certeza
Do querer se dizer. Grita-las,
Como se o grito fosse espada afiada
Da voz cortante que sibila fria
Procurando ferir sem alvo encontrar,
A esmo fica o dito ninguém quer ouvir
Por covardia ou medo, ou talvez por segredo
Guardando a alma de poder sentir
O tremor febril da vergonha de existir.
Palavras procuradas,como se fossem estudadas
Por tanto receio de serem inuteis,
E inuteis se fazem por não serem preciso,
Quem dera soubessem saber se calar!
Palavras que se fazem de pedaços,
Que são ditdas quando não se precisa ouvir
Por nada apagar o que é preciso sentir,
Ainda mais se a dor for um punhal
Feito de angustia, cravado no peito,
Sangrando a carne, ferindo a alma,
Calando um grito, que atrevido seria
Se pudesse sair, mas os olhos
Se fazem de voz gritando em silêncio
A raiva que explode, que corre, que voa,
Que ecoa na mente como o som de um metal,
Mas por grata ironia desperta a alma
Que grita estridente: EU VOU CONSEGUIR.


José João

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