terça-feira, 22 de fevereiro de 2011
O fim da poesia
Chorar a dor da perda
Até os olhos ficarem vazios
De lágrimas e de sonhos.
Gritar a saudade e a angustia
Como se a vida fosse apenas um dia,
Como se apenas um dia fosse sempre.
Banhar-se com as lágrimas da alma
Que no vazio, perdida, se entrega toda
Ao pranto doce da saudade
Que se mistura ao pranto amargo
Da dor infinda que fica mais forte
Quando os sonhos se fazem
De tristes lembranças
Ficando no tempo por teimosia
Da alma, que insiste em lembrar,
Como se assim fosse voltar, fosse ficar,
Tentativa vã de recomeçar,
Como se não fosse o fim da poesia,
Como se a poesia não tivesse fim.
José João
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