A poesia, já desbotada, atirada num canto
Desprezada como se nenhum valor tivesse,
Aos trapos, não lhe vêm mais o encanto
Os versos, para o homens, ficaram inertes
As palavras deixaram de ser entendidas,
Não dizem mais nada, perderam o sentido
Coitadas somem no nada e não são ouvidas
O doce falar da poesia mudou, se fez rude
Porque a profanaram, agora é apenas dizer
Sem a doçura, qualquer palavra agora serve
Tão pobre ficou o falar, ficou a alma e o ser
A poesia! Elegante na beleza de suas rimas
Nascia como flor que se desenha num papel
Agora se faz linhas contando um acontecer
Desde que confundiram felicidade com prazer
Saudade perdeu o sentido, até mesmo o adeus
Quando este era dito a saudade logo se produzia
Chegava como um sonho... um sonho distante
Embargava a voz e chega com lágrimas luzidias
Hoje, o adeus é um simples e frio até, ou "fui"
Da saudade, nem o nome sabem mais, fantasia
Se a alma é o sopro vital que ao corpo anima
Parece ter se perdido e com ela ... a poesia
José João
12/03/2.025
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