sexta-feira, 31 de maio de 2024

Fotografias que a saudade guardou

Estou vendo fotografias antigas, até amareladas
De momentos registrados no filme da saudade,
Beijos não trocados, olhar marcado em prantos,
Acenos de adeus, tristezas, quase nenhum encanto

As cenas passam lentas, preguiçosas, se arrastam
No tempo, perderam cor e sentido, ficaram caducas,
Se alvoroçam no desespero de se fazerem vivas
E para a saudade, se entregam sempre e cativas

As vezes penso que são sonhos em preto e branco
Que perderam a cor nas tantas noites de insônia
Em que a alma apenas rezava orações e ladainhas

Na tentativa de esquecer toda e qualquer angustia
E se entregava tanto às orações que até inventava
Que até rezava com lágrimas que eram minhas

AMCL: Academia Mundial de Cultura e Literatura
Acadêmico: J J Cruz
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental
Postado em: 30/05/2.025

quinta-feira, 30 de maio de 2024

Ansiedade


                                   Era pra ter chegado ontem,
                                 Já é hoje, já é quase amanhã 
E ainda não cheguei
.Medo e esperança se confundem,
Não sei qual o maior em mim...
Mas é hora de estar lá.
A esperança, na angustia se esconde
E o medo se faz maior
Quanto menor é o tempo de chegar...
E... aumenta muito mais, 
Até grita estridente ...
Sem querer ... vou indo.
Não é coragem que tenho...
Apenas preciso chegar

AMCL: Academia Mundial de Cultura e Literatura
Acadêmico: J J Cruz
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental
15/06/2.006
Reedição: 30/05/2.024


terça-feira, 21 de maio de 2024

A mentira ↓ a verdade ↑

Tudo passou, já não te quero mais  
 Já não sei fingir e te dizer 
 Ainda te amo... como disse um dia
Minha certeza é absoluta
Que nada foi perdido, mas
Sinto dentro da alma,
Você não é mais nada.
E não vou dizer nunca mais:
Ainda existe algum sentimento.
Acabou ...você passou.
Nunca mais falarei que
Você é tudo pra mim.
Lamento, mas não posso mais mentir
O tempo passou. 

AMCL: Academia Mundial de Cultura e Literatura
Acadêmico: J J Cruz
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental
Postado em: 27/05/2.024

(São duas leituras, ler de cima para baixo
e de baixo para cima)

segunda-feira, 20 de maio de 2024

As palavras eram poucas para...

Onde está tudo que senti, que vivi, onde está?
Se ficaram como lembranças, se foram no tempo
Não pude escrevê-las... faltaram palavras para tanto
Como encontrar palavras para falar sobre meus prantos?

Prantos que subiam aos céus como fossem orações
Que encharcavam nuvens, pintavam o céu cor de tristeza
De lá se atiravam, até molhavam ao vento e enchiam rios
Onde encontrar palavras para falar dessa cruel beleza?

Eram tão pequenas e poucas as palavras para contar de mim
Contar os detalhes das saudades, das lágrimas gritando adeus
Como se os martírios do mundo fossem todos e só meus

Onde encontraria palavras para tanto? E tanto se perdeu
No silêncio mudo do esquecer. Palavras não bastavam,
Não existiam para traduzir o que só a alma pode dizer

ACML: Academia Mundial de Cultura e Literatura 
Acadêmico: J J Cruz
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental
Postado em: 20/05/2.024

Dois conjuntos infinitos

 Mas eu gosto de poesia, de escrever versos,
Assim como fossem orações saídas da alma.
Todos os versos coloridos cheios de vida e sentido.
Esse sentimento que não se sabe de onde vem
Mas... pensando bem... até números formam poesias
Amar é uma poesia que multiplica mas não sabe somar
Tanto que se juntarmos um mais um pode ser dois
Isso é a arte de amar, mágica que não se sabe explicar
Caso alguém pode sem a matemática somar?
A poesia faz... amor e ciências se beijar, se abraçar...

Assim se forma um conjunto de emoções
Muitas vezes, machuca o coração, faz chorar
O que se diz da ciência? Também não faz chorar?
Riem aqueles que com eles sabem brincar

Como? Com certeza vão surpresos perguntar
Ora! Vamos resumir a resposta...  ou complicar?
Natural pode se um número, como também é amar
Já sabemos que amar faz que se conte os dias
Uma vez contando os dias, alguns se põem a sonhar
Nunca se pode viver sem amar, sem os dias contar
Todos deviam saber que nesse universo tão bonito
O amor e números se confundem na eternidade
São, por lei universal, dois conjuntos INFINTOS 

AMCL: Academia Mundial de Cultura e |Literatura
Acadêmico: J J Cruz
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental
Postagem de: 20/05/2.024

O ontem e os amanhãs.

Um dia, num fim de tarde, quando o sol começa bocejar
Quando faz, sobre o mar, uma estrada brilhante de luz
Como se estivesse chamando todos sonhos e saudades
Como se estivesse convidando os olhos para chorar

Numa tarde assim, quando a brisa beija, suave, o rosto
E a areia fina e leve se faz um fino véu fugindo das ondas
Como fossem plumas esvoaçantes brincando ao vento
Correm soltos os momentos trazidos pelo pensamento

Aí, então, sussurros e saudades se misturam com o pranto,
O olhar se perde lá longe, no horizonte, sem nada buscar
Indo até ali porque só o pensamento pode ir mais além

E vai... voa no tempo num vagar entre ontens e amanhãs
Nos ontens ficaram dores e saudades... nos amanhãs
Incertezas, contra quem a alma luta para não se fazer refém

AMCL: Academia Mundial de Cultura e Literatura
Acadêmico: JJ Cruz
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental
Postado em: 20/05/2.024




Soneto da dúvida.

 Como saber o que é viver sem nunca ter sentido uma dor?
Como saber o valor de um sorriso sem nunca ter sofrido?
Não são os fundamentos de uma vida mas... são lições
Elas existem, são momentos que fazem a vida ter sentido.

Como sentir o gosto da saudade sem nunca ter amado?
Como sentir uma saudade sem nunca ter ouvido um adeus?
Como sentir a angustia de um adeus sem nunca ter chorado?
Como sentir o gosto da esperança sem nunca ter sonhado?

O que seria a vida, sem lágrimas, sem aflições e incertezas?
Seria um viver sem viver, um sorrir sem motivo, um nada ser
Seria o mesmo que ir sempre, mas sem nunca saber viver

Assim é a vida, cheia de verdades, de incertezas, surpresas
Mas há também o que não se pode mudar e não reclamo
Isso: como pode alguém viver sem nunca ter dito: te amo?

AMCL: Academia Mundial de Cultura e Literatura
Acadêmico: JJ Cruz
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental
Postado em: 20/05/2.024

Apenas hoje terminei aquela poesia!

 Comecei uma poesia a muito tempo, nem lembro o dia,
Poesia que falava de beijos, olhares ternos, sorrisos...
De carícias suaves, mais ousadas, de dias iluminados
Ah! Que poesia! Falava de desejos, que vinham sem avisos

Palavras ditas com o pulsar do coração, sem precisar de voz
Com confissões feitas pelo encantador silêncio da alma...
Na perfeição de um olhar risonho, cumplice e cheio de luz
Que só ele fala, grita, sorrir, só ele sabe o que diz e traduz

A quanto tempo comecei essa poesia!! Difícil lembrar o dia.
E dizem que ao se interromper, ela se vai, se perde no tempo
Vou busca-la, não acredito que ela tenha se dissipado no vento

Lembro que comecei com mãos trêmulas, voz sussurrante,
Era a alma que dizia o que sentia, no fervor da maior verdade 
Hoje, depois de tanto tempo, vou completa-la; Ah! Que saudade!!

AMCL: Academia Mundial de Cultura e Literatura
Acadêmico: J J Cruz
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental
Postagem de: 20/05/2.024


Se escrever hoje uma poesia...

 Hoje, se fosse escrever, só escreveria lágrimas,
A poesia ficaria encharcada delas, e os olhos...
Vermelhos, como se a dor fosse cor de sangue
E a alma carente, não merecesse qualquer zelo.

As palavras sairiam borradas, quase apagadas...
Os versos, vazios, desenhando sorrisos tristes
As rimas sairiam rotas, alinhavadas nos versos
Também nos soluços que em chorar a alma insiste

Ainda bem que hoje a poesia fugiu de mim
Saiu correndo,... ou voando, para onde não sei
E no silêncio vazio, nada escrevi e nada falei

Se a poesia ficasse para ser sentida e escrita
Não seria uma poesia, seria apenas pranto
Escrito em rascunhos, ranhuras e sem encanto

AMCL: Academia Mundial de Cultura e Literatura
Acadêmico: J J Cruz
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental
Postado em; 19/05/2.024


Foi quando aprendi a...

 Nasci sem saber nada... mas já vim cheio de lições,
Para não dizer assim um... nada, só sabia chorar,
Tive que aprender a falar, primeiro as tantas letras
Mas ainda não sabia direito o que era mesmo pensar

Com algum esforço, comecei a formar as palavras...
Eram tantas que até me assustei e formei uma frase
Ah! Quanta alegria! Mas ainda havia muito caminho
Mas o tempo me ensinou... a vida é vivida em fases

Fui aprendendo a falar mais palavras, a entender
Sim. Entender o que diziam... isso foi complicado
Ainda tinha palavras muito difíceis de aprender

Mas um dia... milagre, aprendi a sentir o que falava
O tempo se abriu em festa... me fez ficar humano
Foi quando aprendi a dizer, com a alma: eu te amo.

AMCL: Academia Mundial de Cultura e Literatura
Acadêmico: J J Cruz
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental
Postado em: 19/05/2.024


segunda-feira, 13 de maio de 2024

Milagres do amô

Nnm tenho o dom dos velso, nem iscrevê
Mas isso num importa, o amor é mais maior,
Conto as lágrima nos velsos qui a alma iscreve
A sordade conto em pranto, é pra isso que ele serve

Não me importo se achem os erro nas palavra,
Não me importo se zombare dos meu escrever
É como sei dizer das minha magoa, meus encanto,
É como sei contar, nos velsos, esse meu viver 

Os dotô que me adesculpe, cuma eles num ser letrado
Mai num importa saber das letra prá se falar de amô
Afiná ele é de todo mundo, o amô num tem sinhô

Mais pur falar em puisia, letramento, academia e dotô
Fico, a pensá cum meus butão, e não me leve a mal
Se a puisia vem da alma, então eu e o dotô somo igual.

AMCL: Academia Mundial de Cultura e Literatura
Acadêmico: J. J. Cruz
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental
Postagem oficial: 13/05/2.024

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Só sei pintar palavras... nos versos

 Não sou quem sabe pintar flores e jardins,
Não sou quem sabe pintar lua e por do sol
Sei pintar apenas dores, cruéis verdades
Todas pintadas com lágrimas e saudades

Sei pintar a tristeza dos rostos na poesia
A aflição da cada alma a cada adeus dito
Pinto com palavras, com lápis, sem cinzel
Cada pranto que os olhos choram contritos

Nunca pintei uma tela, seria até heresia
Não sei das cores, dos traços, das matizes
Só sei pintar com letras as minhas poesias

Louco, talvez me chamem, ou com certeza.
Afinal colorir versos... quanta loucura!
Mas com palavras pinto, basta ter ternura.

José João
06/05/2.024

domingo, 5 de maio de 2024

Sou convicto... tenho um anjo poeta

Sempre brinco de buscar versos no tempo
Na verdade, não sei de onde vêm os versos que faço
Mas eles chegam completos, suaves e ternos
Quem sabe seja de um anjo poeta solto no espaço?

Me diz que os pirilampos são fadas iluminadas
Que, nas noites, brincam com os raios do luar,
Inventa palavras para eu colocar nos versos
Me fazendo crer que sou eu que estou a pensar

Esse anjo poeta volteando solto aí pelo espaço
Mostra estrelas cadentes indo a nenhum lugar
Me faz passar noites acordado e ainda assim sonhar

Outro dia me trouxe uma flor de um lugar distante
Trouxe um pedaço de nuvem, parecia um coração
E para eu não ficar triste, diz que é minha inspiração

José João
05/05/2.024

sábado, 4 de maio de 2024

Soneto das lembranças

Ontem brinquei apenas de lembrar...de chorar,
De fazer fitinhas de papel nomeando as lágrimas,
Em cada uma delas, uma lágrima e uma saudade
As vezes um beijo, uns fingidos outros verdades

Passeei em pensamentos distantes, quase perdidos
Fui buscar histórias, lembranças, sonhos antigos
Revivi caricias que marcaram o tempo e meu rosto
Senti beijos antigos, que até já havia perdido o gosto

Ontem, foi um dia de ir buscar tudo que já vivi
Trazer de volta o que esqueci... para dentro de mim
 E costurar na alma, os versos que no tempo, escrevi

Uma sensação quase estranha, os olhos umedeceram,
Os lábios sussurraram nomes que nem lembrava mais
Um dia diferente... até as palavras emudeceram

José João
04/05/2.024


Todo amanhã, um dia... será um ontem

 Sonhos e ilusões que não se acabam nunca
Costurados na saudade que em mim ficou
Misturam-se entre os ontens e os amanhãs
Nas lembranças que o tempo em mim deixou

De ontem os prantos que ao rosto marcou
Contando histórias das coisas que já vivi
Mas hoje sonhos e ilusões insistem em vir
Inventando histórias novas que nunca ouvi

Sentado na beira do tempo, na janela da tarde
Ouvindo o silêncio me contando o amanhã
Calo, só escuto, já não sei o que é verdade

Ontem eram saudades, duvidas e prantos
Hoje, sonhos e ilusões e até me alegram
A vida, em qualquer tempo, tem seus encantos

José João
04/05/2.024

sexta-feira, 3 de maio de 2024

Amor que não compensa e a cura da solidão

 Ah! Essa coisa que se chama solidão
As vezes vem depois que a saudade vai
Quando um adeus é dito com ou sem razão
Quando dos olhos da alma uma lágrima cai

As vezes, finge e diz que nem é solidão
Quando alguém diz: ei, agora estou aqui!
Ora mas, que alma tão distante, o que fazer?
Ter por apenas ter... não alegra o viver

Solidão, as vezes nem é mesmo solidão   
É apenas outro modo de estar, de existir,
Uma escolha de ser só e se encontrar
Com a própria alma num mudo conversar

Mas se for mesmo solidão, a alma sente
É uma dor misteriosa, difícil de suportar
Algumas vezes um outro coração ajuda
Mas sempre é você que tem que se curar

José João
03/05/2.024