quarta-feira, 10 de janeiro de 2024

A voz dos meus olhos

Meus olhos gritavam, faziam do pranto palavras
Que molhavam o rosto, a alma, encharcavam a poesia
Corriam por entre o tempo, entre saudades perdidas
Pela angustia faziam orações profanas e até heresia

O silêncio... se fazia ouvir nas lágrimas choradas
Que caiam dos olhos tristes como pétalas orvalhadas,
Brilhantes, feito gotas de sol perdidas nas manhãs
Ou pedaços do alvorecer deixados na  madrugada

A única voz era o cantar do alvorecer nas folhas 
Se faziam uma sinfonia perfeita, doce divino canto
A embalarem o dia em dueto com meu pranto

A brisa, chegando de mansinho, parecia um sussurro
Passando, sutil, por entre a madrugada e o amanhecer
Levou minhas lágrimas, se foi, sem nada me dizer

Acadêmico: JJ. Cruz
Academia Mundial de Cultura e Literatura
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental
Postada em: 11/01/2.024

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