sexta-feira, 22 de dezembro de 2023

Uma gota de orvalho ou... de poesia?


As vezes vou buscar no tempo palavras soltas,
Buscar no gorjeio dos pássaros algumas rimas...
Quase sempre, da alma, vou buscar lágrimas
Que me chegam como verdadeiras obras primas

Enfeitando os olhos num brilhar terno, cristalino
Como fossem gostas de orvalho deitadas na flor
A confessar seus pecados num fervoroso pranto
Ou a fazer da pétala um leito a lhe aliviar a dor

Quem sabe seja eu essa frágil gota de orvalho 
Caída da madrugada, vindo num luar prateado
Para chorar com prantos ainda não chorados?

Ou talvez uma pequena gota de poesia perdida
Vinda, de onde não sei, por alguma porta aberta
A me fazer entre prantos e saudades... ser poeta.

JJ. Cruz
Academia Mundial de Cultura e Literatura
Cadeira: 28
Patrono: Antero de Quental
Postado em: 22/12/2.023

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