quinta-feira, 9 de março de 2023

A última palavra é do tempo

Ontem... não tinha medo, brincava com o tempo.
Ah! Os meus sonhos mágicos da juventude...
Um amanhã não era futuro era apenas mais um dia.
Sonhava os mais mirabolantes sonhos e... ria do mundo.
Brincava de inventar histórias que só a juventude sabe.
Os dias pareciam parados... meu rosto sempre o mesmo...
Com sorrisos entre alegre e irônico, desdenhava do tempo.
Quantos momentos de prazer! Fazia da vida uma loja...
Dessas de vender brinquedos que amanhã não se  quer mais.
Um dia, quando tropecei num adeus, foi que despertei...
O tempo havia passado, os amanhãs se faziam incertos...
Os sonhos se faziam saudades, e sempre muito doída...
O rosto que era sempre o mesmo todos os dias... surpreso
Vi que mudavam, uma ruga aqui, outra ali, todos os dias
Havia uma me mostrando o tempo. O sorriso irônico
Foi se desfazendo, foi se tornando um sorriso triste,
A vida não vendia mais prazeres, passou a servir prantos...
E assim... me vejo como estou, cabelos brancos,
Saudades, sussurros de lamento e sonhos que não sei
Mais sonhar... A loja de brinquedos... não existe mais.

José João
09/03/2.023

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