sábado, 19 de novembro de 2022

Minhas sombras e eu

As sombras que me seguem, são todos do que um dia fui
Me seguem como fossem pedaços de mim que existiram,
Mas continuam sendo eu e vão comigo por onde eu for,
Algumas, presas nos meus passos, outras presas na alma,
Na noite elas estão ali como se pensando com meu pensar
Se desenhando na saudade, na solidão, em risos tristes...
Algumas, em contraste, me espantam em sonoras gargalhadas, 
Me perco ao saber-me assim, um rio de tantas contradições!
Elas, minhas sombras, por vezes me acusam do que sentem,
Uma diz que a dor que ela sente é toda por culpa minha,
Outra, que perdeu um sorriso alegre também por minha culpa,
Uma outra diz que brinquei de amar e ela não sente saudade.
A outra, com fúria nos olhos, me olha e me culpa da tristeza
Dizendo que pra ela deixei a saudade mais doída que existe
E me culpa pelo pranto que minha alma as vezes chora...
Apenas uma sombra minha sorri e pra compensar, gargalha...
Fala mais alto que as outras, numa tentativa de me dizer
Que valeu a pena, que afinal, viver é isso e diz séria;
Um sorriso, apenas um sorriso, espanta qualquer dor.

José João
19/11/2.022

Um comentário:

  1. As sombras a dar origem a um poema fascinante de ler. Elogiável harmonia poética.
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    Feliz fim de semana … (14 anos)
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    Pensamentos e Devaneios Poéticos
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