Ainda hoje, lágrimas que não sei de onde vêm
Enfeitam meus olhos, coitados, ainda tristes
Mas tantos prantos derramei que, juro, não sei
Como ainda tenho prantos pelo tanto que já chorei!
Brinquei de sentir saudade, de escrever a solidão
Tudo em versos secos, tanto era a falta de mim,
Olhos vazios em saudades perdidas, quem diria
Que choraria como se meu pranto não tivesse fim
Chorar, agora parece o brincar de minha alma
Que busca, de onde não sei, momentos que vivi,
Que não lembro, se se perderam por aí no tempo,
Se nessa vida os vivi ou... se mesmo os esqueci
As vezes, nos raros momentos que me encontro
Quando o silêncio me busca lá dentro de mim
Com lembranças quase apagadas vindas de longe
Como se a alma, por vingança fizesse, um motim
Por tê-la deixado sofrer sem que me permitisse
Com ela sofrer também, então vai buscar no tempo
As saudades mais doídas, as dores mais sentidas
E faz que por mim, agora, todas sejam consumidas
Fabrica lágrimas, até mesmo vastos rios de pranto
Deixa que a solidão, como se lhe fosse prazer,
Lhe tome toda para que eu possa senti-la também
E fazer-me apenas dor como eu não fosse ninguém
José João
05/11/2.019
Um poema sublime:)) Lindo mesmo...
ResponderExcluirDo nosso Poeta - Gil António:- Flor Esquecida
Bjos
Votos de uma óptima noite.