Não sei onde se esconderam as flores, os poemas...
As tardes de brisa mansa, de canto leve, melodioso,
Balançando as folhas num dançar terno de suave valsar.
Não sei onde estão. Nem as palavras, não sei onde estão...
Se esconderam de mim, da monotonia do meu ficar
Olhando o tempo, sem buscar nada e sem nada falar.
Até minha voz se perdeu dentro de uma angustia descabida,
Minhas mãos, a esmo, acenam para uma estrada que não vejo,
Carência da alma, que dá adeus ao nada só pelo prazer
De sentir saudade. E vai, e corre em caminhos sem chão
Como se procurasse o pedaço que lhe falta para viver,
Grita para o mundo, para o tempo, para além mar,
Sem que lhe volte o eco de sua voz, que se foi sem rumo,
Sem rota, voando com o vento, solto, sem poder voltar.
Não sei nem mais dos sonhos que sonhei...mas lembro
Das palavras que não disse, talvez, seja por isso,
Esse estar perdido agora... no vazio do tempo,
No vazio de mim, na distância que se fez infinda,
Por ter permitido que o silêncio tomasse a voz
E que os olhos não gritassem luzentes: Eu te amo.
José João
13/11/2.014
De que adianta não falarmos o que sentimos no momento preciso?
ResponderExcluirE assim, carregarmos a dúvida de como seria se tivéssemos
tentado. Muito sentindo e lindo. Bjusss João