Escuta-me, por favor! Quantas vezes pedi ao tempo!
Pedi à própria vida, chorando entre solidão e carência,
Entre tristezas e sonhos perdidos, ou já quase mortos,
Quase guardados dentro do esquecimento, que aos poucos,
Ia deixando a alma vazia, demente e sem lembranças.
Sonhos antigos, aqueles que se fizeram "relíquias sagradas",
Persistiam em sobreviver dentro de uma saudade,
Que ora se fazia em lágrimas, ora se fazia sorrisos tristes.
Ainda assim, quantas vezes pedi em orações contritas,
Em ladainhas choradas. Quantas vezes pedi aos gritos,
Ou em silenciosos e angustiantes soluços que, como lágrimas
Faladas, corriam em busca de serem ouvidos,
Levados pelo vento para horizontes distantes em lamúrias
Que ninguém queria ouvir. Assim, pedir se fez pecado,
Porque as blasfêmias gritadas pelo desespero
Que a solidão fazia nascer, era bem mais forte que a razão.
Então parei e me fiz mudo, nem chorar me permiti mais,
Deixei que tudo se fizesse por si. Sentei no tempo,
Comodamente e sem pressa, embora ainda chorando...
Quem sabe seja a solidão a remissão dos meus pecados!!
José João
07/11/2.014
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