quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Quando é adeus



Sonhos perdidos, sonhos chorados
Tremores da alma em prantos doídos,
Caminhos marcados, caminhos sofridos,
Lágrimas, amor, dores e gemidos,
Gritos calados, no peito guardados,
Um adeus incoerente, como qualquer adeus,
Angustia demente. Tudo se confunde,
A vida, a alma, o amor, uma dor permanente,
Uma saudade constante e até inclemente.
Suspiros por prantos, orações mal rezadas,
Blasfêmias, até já foram gritadas,
Não por ofensas, nem por pecados...
Talvez por desespero. Joelhos feridos,
Braços erguidos. Olhar de demência
Pelo medo, no peito parido.
A esperança desmaia e se deita no chão
Com um olhar moribundo pedindo perdão,
E a clemência, escondida de surda se faz
E por mais que se reze, não se ouve a oração.
Calar é preciso para ouvir o silêncio.
Ah! O silêncio! O silêncio dói tanto
Quando a última palavra ouvida,
Com a dor de ser dita: É adeus.


José João
07/11/2012


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