terça-feira, 13 de novembro de 2012

A dúvida do pranto


Um adeus assim como são todos os adeus,
Doloridos, as vezes ditos apenas num sussurro,
Mas fazem, na alma, o eco de um grito 
Tudo fica sem cor, sem razão, 
O vazio se faz vivo, se faz forte.
Os devaneios se fazem pensamentos sem sentido.
A tristeza, dissimu-la-da, se passa por saudade,
Faz o olhos chorarem lágrimas melancólicas
E a alma chorar lágrimas de encantamento,
Pensando que era mesmo saudade.
Os prantos, que se fossem de tristeza seriam copiosos,
Se escondem na dúvida e se guardam
Para a certeza do momento,
Se é mesmo saudade ou tristeza.
O tempo inexóravel, mas lento, irrita os sonhos
E a ansiedade se faz quase absoluta, 
Não fosse a dor que mansamente vem chegando,
Percebendo que é tristeza e não saudade,
Nem mesmo uma saudade triste,
Esta vem depois, muito depois.
Virá com outras lágrimas, por outros caminhos,
Trazida pelos ontens que fazem questão de lembrar
Os momentos risonhos que morreram lá atrás...
Quando os sonhos eram verdadeiros, no coração...
... E na alma.


José João
13/11/2.012

2 comentários:

  1. O pranto na duvida... se é de tristeza ou de saudade... Só você mesmo João, para escrever um poema tão lindo, criativo e cheio de sensibilidade. Bjão lindo!!!

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  2. Precioso poema meu grande poeta ...como disse Nádia difícil discernir ...mas para mim o que importa são as velhas e conhecidas lágrimas ..que tanto já derramei...um abraço Pedro Pugliese

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