segunda-feira, 10 de março de 2025

Assim se foi o dia



Desculpem, agora vou almoçar, é preciso.
Tenho uma torta feita com saudades antigas
Um copo de solidão, cheio que transborda
Um prato de tristezas e lembranças amigas

Também me deixaram um cálice de angustia
Uma sopa de lágrimas e pedaços de ansiedade
Um pires de sobremesa, feita de desencanto,
Uma drink forte, uma mistura de dor e pranto

Para o jantar um outro cardápio bem diferente,
Raios de luar ao molho de brisa com orvalho,
Cokitel de sonhos, feito com  doce aguardente

Ah! O café da manhã! Um prato de esperança
Um  pedaço de bolo feito de desejos e sonhos
E uma xícara cheia de recordações e lembranças

José João
10/03/2.025




A única lágrima que restou...

Não sei aonde estão meus guardados! Esqueci!
Jurava que estavam aqui... dentro dessa gaveta,
Eram cinco ou seis lágrimas, duas saudades,
Alguns versos fingidos, outros falando verdades

Guardei-os, as poesias estavam escondidas de mim
Por mais que as buscasse elas se faziam distantes
Então guardei o que tinha para quando quisessem vir
As poesias têm vontade, as vezes são só visitantes

A gaveta... desapareceu, esqueci onde guardei?
Encontrei apenas uma lágrima perdida no tempo
Se foram as duas saudades... saudades que chorei

Os versos todos se foram, os que escrevi verdades
Até os versos fingidos... nenhum estava mais ali
A lágrima, a única que restou, sem poder chorar, bebi.

José João
10/03/2.025