sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

Musica e poesia... as vozes do amor

 Não sei compor a beleza em notas musicais
Nelas, minhas rimas são notas dissonantes
Os agudos e os graves se perdem distorcidos
Desafinados, perdidos... ruídos inconstantes

Apenas em versos, escrevo notas musicais
Dessas que fazem a alma ir buscar sonhos
Nela, rimo até tristeza e pranto com fantasia
Em perfeitos acordes, cantados pela poesia

Na partitura, as notas musicais feitas a mão
Ágeis, tocando com carinho cordas e teclados
Na poesia, a melodia é toda feita no coração

Ah! Mas que beleza são as notas musicais!!
Algumas fazem viajar, ir solto, voar, sonhar
Musica e poesia, são as vozes verbo amar

José João
27/12/2.024

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

Sonhos e fantasias

Em mim, sempre se confundem sonhos e fantasias,
Coloridos da mesma cor, se parecem tanto, me perco
Sem saber qual dos dois é o meu sonho verdadeiro
A fantasia grita estridente querendo chegar primeiro

Mas a alma não se engana, os sonhos chegam tristes
Isso porque os ontens não tiveram momentos risonhos
Enquanto as fantasias fabricam risos rotos e fingidos
Os sonhos, coitados, se fazem de lamentos doloridos

Mas a existência dos dois em mim, não me oponho
Afinal, a vida é comum ser vivida entre risos e prantos
Com o riso vem a fantasia, as lágrimas com o sonho

Mas a vida ensina, mesmo fingindo, sorrir da fantasia
Dos sonhos, saber até onde possam ser uma verdade
Enquanto a fantasia é vazia, os sonhos trazem saudade

José João
17/12/2.024

sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

Crie, pelo menos uma flor, e tome o lugar D'Ele

 Existe, infelizmente, quem ainda não acredita em Deus
Mas, não sei como, acredita em sua própria existência!!!
Eu, para acreditar em mim, que sou tão pequeno...
Tenho que ser humilde e acreditar numa existência maior,
Num Ser atemporal, infinito e eterno. O infinito é um só.
Não existem dois infinitos, logo, só existe um Ser Superior,
Que está além do tempo, além do espaço porque Ele é
O INFINITO. E eu, sou apenas uma criação desse infinito.
Deus, não nascido, nunca morto, além do tempo, do espaço
Além da compreensão humana, portanto, além de mim.
Então, como entender Deus se Ele é infinito e eterno
E o homem é tão pequeno? Sujeito ao tempo e ao espaço?
Olhe muito além de você, de seu orgulho de humano,
Você criaria as estrelas? Estão muito longe?? Então...
Olhe-se e crie, por sua vontade, uma unha sua... não!!?
Está bem, uma coisa menor, crie a pétala de uma flor...
Com sua cor, suas matizes, sua leveza, suas ranhuras...
Não! Não tem capacidade de cria-la?? Mas como não?!!
Se você diz que Deus não existe,  sendo assim há no universo
Uma lacuna, um lugar vago, ocupe-o, ou não consegue??
Você pode ocupar qualquer lugar vazio, se está vago...
Não consegue ocupar, então não está vazio... logo
Quem é você perto de Deus? Escolha seu lugar...

José João
11/05/2.024

A razão diz que é o destino que...

 As vezes a razão é tão incoerente, tão sem sentido!
Se perde em explicar o que não pode ser explicado,
Muitas vezes ela se perde na sua própria existência
Se faz verdade como se ela, a razão fosse referência

Como a razão explica o silêncio eloquente do pranto
Se ele é um grito estridente da alma ecoando no rosto?
A se fazer marcas de rio na face que chora uma dor
Que nem sabe se é dor ou uma saudade que dói tanto

Que a razão explique essa vontade louca de não ficar,
Mas também não ir quando lhe toma um pensar aflito
Que lhe chega de qualquer ontem por um adeus dito?

As vezes a razão se larga dela mesma e perde o tino
Aí faz do pranto uma oração, faz do riso... ladainha
E diz que junta-las é apenas uma história do destino

José João
13/12/2.024

quinta-feira, 5 de dezembro de 2024

Para alma... das lágrimas, só importa o gosto

 Ontem pintei um quadro difícil de entender
Se misturavam cores, sentimentos e sonhos,
Que estranho quadro! Pintei até a eternidade,
A tristeza chorando com lágrimas da saudade

Colori o silêncio com a cor do eco de um grito,
Cor de solidão, e ele ia levado pelo vento ligeiro,
Com pernas longas como se logo quisesse chegar
E o eco do grito, cavalgando o vento, seguia aflito

Medo de não aparecer no quadro, que cor teria?
O eco de um grito poderia ser pintado de que cor?
Cor da tristeza chorando com lágrimas da saudade?
Mas qual a cor da tristeza? Se tivesse cor, qual seria?

A saudade, quase certeza, tem a cor da eternidade
E pintei a eternidade, só não lembro com qual cor
Será que foi cor de um sonho que ainda não sonhei?
Ou cor das lágrimas de uma saudade que já chorei?

Não sei, vou escondê-lo, sei que ninguém entenderia,
O eco ficou com uma cor estranha, cheio de riscos
Pareciam marcas de lágrimas, as que escorrem no rosto 
E a alma, inquieta, queria das lágrimas apenas o gosto

José João
05/12/2.024

terça-feira, 3 de dezembro de 2024

Poesias?! Só quando as palavras estão no cio

Fazer poesia é tão fácil! É só falar de saudade
Dizer que a solidão existe no silêncio do pranto
Ser verdadeiro, fingir uma dor que a alma sente
E que as lágrimas são apenas pelos risos ausentes

Também pode se fazer poesias sem nenhuma dor,
Sem qualquer saudade, com o sentimento mais frio
Como se os ontens e nem recordações existissem
Mas ai, coitado, que tristeza... alguém tão vazio!!!

Tem poesias feitas com coisas que ninguém viu
Nem o poeta sabe como buscou palavras e a fez
Será que elas, se pergunta o poeta, estão no cio

Assim, fazer poesia é fácil, palavras na medida certa,
No cio, soltas no tempo, juntando-se ao pensamento
As vezes até se parecem com obras de anjos poetas.

José João
03/12/2.024


domingo, 1 de dezembro de 2024

Alma livre... roupas rotas e sem rotas

Indo ao tempo, sem pressa, por apenas ir, sem rumo,
Caminhante silencioso, sem voz, perdido e sem rota
Vou cantando modinhas que ninguém nunca ouviu
Não importa minha roupa rota, já que vou sem rota

Na direção do horizonte, vou indo, minha voz sem eco
Andarilho, a canção pendurada no peito, roupas rotas
Pés descalços, brincando de confundir quem me ouve
Não importa se ando sem rota, nem minhas roupas rotas

Canto canções que o vento ensinou e só eu sei cantar
Banho no orvalho da madrugada mesmo com roupas rotas
Mudo a rima se for preciso, faço versos com palavras soltas

Indo sempre, na liberdade do caminhante que vai sem  rota
Vai contando estrelas, pulando porteiras, regando jardins
Na certeza, por ser andarilho, não se fechará nenhuma porta

José João
01/12/2.024

Hoje, sem poesia... deixei as palavras soltas

 Hoje, não quero escrever versos, quero apenas voar
Deixar o pensamento correr no tempo, sem paradas
Passar por jardins, pular porteiras, cruzar rios, vales
Ir com a brisa entre flores num belo e leve voltear

Hoje, quero estar assim, sentado na beira do tempo
Ouvindo a voz do silêncio a contar coisas que não sei
Deixar o pensamento solto, brincar de bem-me-quer
Não quero escrever versos, nem lembrar o que sonhei

É uma vontade de nada, deixar o tempo espreguiçar-se
Sem pressa de passar, esquecido das horas, sem querer ir
Como se já fosse o pôr-do-sol e ele só quisesse dormir

Assim estou hoje, sem sentir pressa, vendo as nuvens!
Engraçado, nunca parei para vê-las, tão leves, tão soltas!
E eu brincando de deixar as palavras incompletas e rotas

José João
01/12/2.024