domingo, 1 de dezembro de 2024

Alma livre... roupas rotas e sem rotas

Indo ao tempo, sem pressa, por apenas ir, sem rumo,
Caminhante silencioso, sem voz, perdido e sem rota
Vou cantando modinhas que ninguém nunca ouviu
Não importa minha roupa rota, já que vou sem rota

Na direção do horizonte, vou indo, minha voz sem eco
Andarilho, a canção pendurada no peito, roupas rotas
Pés descalços, brincando de confundir quem me ouve
Não importa se ando sem rota, nem minhas roupas rotas

Canto canções que o vento ensinou e só eu sei cantar
Banho no orvalho da madrugada mesmo com roupas rotas
Mudo a rima se for preciso, faço versos com palavras soltas

Indo sempre, na liberdade do caminhante que vai sem  rota
Vai contando estrelas, pulando porteiras, regando jardins
Na certeza, por ser andarilho, não se fechará nenhuma porta

José João
01/12/2.024

Hoje, sem poesia... deixei as palavras soltas

 Hoje, não quero escrever versos, quero apenas voar
Deixar o pensamento correr no tempo, sem paradas
Passar por jardins, pular porteiras, cruzar rios, vales
Ir com a brisa entre flores num belo e leve voltear

Hoje, quero estar assim, sentado na beira do tempo
Ouvindo a voz do silêncio a contar coisas que não sei
Deixar o pensamento solto, brincar de bem-me-quer
Não quero escrever versos, nem lembrar o que sonhei

É uma vontade de nada, deixar o tempo espreguiçar-se
Sem pressa de passar, esquecido das horas, sem querer ir
Como se já fosse o pôr-do-sol e ele só quisesse dormir

Assim estou hoje, sem sentir pressa, vendo as nuvens!
Engraçado, nunca parei para vê-las, tão leves, tão soltas!
E eu brincando de deixar as palavras incompletas e rotas

José João
01/12/2.024